Mais de 600 professores da rede pública participaram nesta semana de uma formação especial promovida pelo Núcleo Regional de Educação (NRE) de Umuarama. O objetivo foi claro: preparar os educadores para acolher e ensinar melhor crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas salas de aula.
O evento reuniu representantes de 68 escolas dos 19 municípios atendidos pelo NRE, além de professores das APAEs, profissionais da educação especial e especialistas no assunto. A programação incluiu palestras, oficinas práticas e trocas de experiências sobre os desafios e estratégias no dia a dia com alunos autistas.
“A educação inclusiva não é só uma exigência da lei, é um compromisso com o ser humano”, afirmou Gilmara Zanatta, chefe do NRE. “Queremos que todos os nossos professores se sintam preparados para acolher cada aluno, com respeito, empatia e conhecimento técnico.”
A formação contou com a participação do Grupo Evolução e Neurodiversidade (GEN), de Umuarama, que trouxe especialistas em psicopedagogia, neuropsicologia e diagnóstico do autismo. Entre os palestrantes, esteve a pediatra Leslye Sartori Iria, que além da experiência profissional, falou também como mãe de uma criança autista. “Não basta entender o transtorno. É preciso sentir o que essas famílias vivem e olhar para cada criança como única”, destacou.
O secretário estadual da Educação, Roni Miranda, reforçou o apoio do Governo do Paraná às ações inclusivas. “Além de investimentos em estruturas como as Salas de Recursos Multifuncionais, estamos ao lado dos professores, promovendo formações como essa, que fazem a diferença lá na ponta.”
Durante o evento, os educadores também participaram de atividades práticas sobre como lidar com comportamentos desafiadores em sala, utilizar recursos pedagógicos inclusivos e elaborar o Plano Educacional Individualizado (PEI) – um documento essencial para acompanhar o desenvolvimento de cada aluno com necessidades específicas.
“O PEI não é só papel, é um guia real que ajuda o professor a entender o que aquele aluno precisa e como ele aprende melhor”, explicou a psicopedagoga Fernanda Rubias.
Para a neuropsicóloga Thais Serafim, tudo começa com o diagnóstico certo: “Conhecer o aluno é o primeiro passo para qualquer plano funcionar. Cada criança tem um jeito próprio de aprender.”
A capacitação foi mais do que uma formação técnica — foi um espaço de escuta, troca e, acima de tudo, de compromisso com uma escola mais acolhedora para todos.
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